A vida está no ar

Os bioaerossóis influenciam a dinâmica da biosfera abaixo deles. Em um novo estudo, Sylvia Mota de Oliveira e seus colegas usaram o local do ATTO para coletar amostras de ar a 300 m acima da floresta. Em seguida, eles usaram o sequenciamento de DNA para analisar os componentes biológicos presentes e descobrir a que espécies de plantas ou fungos eles pertencem. Uma das novas percepções mais impressionantes é o forte contraste entre a composição de espécies na atmosfera quase intocada da Amazônia em comparação com as áreas urbanas.

Medições de linha de base de gases traço inorgânicos na Amazônia

Ramsay et al. measured inorganic trace gases such as ammonia and nitric acid and aerosols in the dry season at ATTO. They are to serve as baseline values for their concentration and fluxes in the atmosphere and are a first step in deciphering exchange processes of inorganic trace gases between the Amazon rainforest and the atmosphere.

Transporte de fumaça rica em carbono preto da África para a Amazônia

Quando as florestas queimam esses incêndios produzem muita fumaça. E essa fumaça geralmente contém fuligem, também chamada de “carbono preto”. As partículas de carbono negro são aerossóis que absorvem a radiação e como tal podem aquecer a atmosfera e o clima da Terra. Mas ainda temos muito a aprender sobre aerossóis, suas propriedades e distribuição na atmosfera. Uma dessas coisas é a questão de como o carbono negro emitido pela queima de biomassa na África (ou seja, florestas, pastagens, savanas, etc.) é transportado através do Atlântico e para a bacia amazônica, e que papel ele desempenha lá. Bruna Holanda e seus co-autores abordaram esta questão em seu novo estudo publicado na ACP.

Nova Publicação: Emissões vulcânicas africanas chegam à Amazônia

Um dos objetivos do ATTO é estudar o transporte de longo alcance de partículas, como o sulfato, que atravessam o Atlântico e chegam até a floresta amazônica e também entender melhor o ciclo do carbono.

Uma boa oportunidade para isso surgiu em 2014. Alguns dos vulcões mais ativos em todo o mundo, os vulcões Nyamuragira e Monte Nyiragongo no Congo, na África Central, entraram em violenta erupção. Durante essa erupção, eles emitiram muito dióxido de enxofre (SO2) na atmosfera. Este gás é posteriormente convertido em partículas de sulfato por oxidação. Geralmente, essas partículas são diluídas na atmosfera à medida que se misturam com outras partículas. Assim, torna-se difícil distingui-los da sua fonte. No entanto, as emissões de 2014 foram tão fortes que as partículas de sulfato originadas do gás vulcânico foram observadas sobre a floresta amazônica por instrumentos em terra no nosso espaço do ATTO (especificamente no mastro triangular de 80 m de altura) e através medições de aeronaves (durante a Campanha ACRIDICON-CHUVA). Esta observação está sendo usada pelos cientistas do ATTO como um caso de estudo para entender como as emissões de gases e de partículas da África são transportadas pelo Oceano Atlântico e atingem a Bacia Amazônica.

Em escala, os vulcões no Congo estão a quase 10.000 km de distância do ATTO, e as partículas levaram cerca de duas semanas para percorrer essa distância!

O estudo completo foi publicado na edição 18 da Atmospheric Chemistry and Physics (ACP) do primeiro autor, Jorge Saturno. Está disponível no Open Access e, portanto, disponível gratuitamente para todos.

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