Cientistas do nosso grupo de aerossóis publicaram um novo “Long-term study on coarse mode aerosols in the Amazon rainforest with the frequent intrusion of Saharan dust plumes”.
Os cientistas analisaram a parte grossa de aerossóis (aqueles com pelo menos 1 micrômetro de diâmetro) a cada 5 minutos durante mais de 3 anos e ficaram surpresos ao descobrir que, ao longo desse período, o tamanho e a abundância dessas partículas “grandes” de aerossol permaneceram razoavelmente constantes. Por outro lado, os aerossóis menores são extremamente influenciados pela ocorrência sazonal de fumaça dos incêndios. Essa parte grossa, no entanto, é composta principalmente de aerossóis derivados da própria floresta tropical (como o pólen). Esse padrão só muda durante a estação de chuvas (dezembro a abril), quando poeira saariana, partículas de sal marinho do Atlântico e fumaça de incêndios na África esporadicamente seguem para a Amazônia. Especialmente em fevereiro e março, episódios de aerossóis africanos se tornam tão frequentes que são a norma e não a exceção. Nossos cientistas usaram esses dados para estimar a quantidade de poeira depositada na região do ATTO a cada ano: 5-10 kg por hectare ou 0,5-1 g por metro quadrado.
Você pode ler o estudo completo do autor principal Daniel Moran-Zuloaga na Atmospheric Chemistry and Physics Issue 18. Está publicado no Open Access e, portanto, disponível gratuitamente on-line. Os dados também estão disponíveis para maiores análises (consulte o artigo para obter detalhes)!
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