Um dos nossos principais objetivos no ATTO é entender como a floresta amazônica interage com a atmosfera acima. Isso inclui estudar como as características do ar mudam dentro e acima do dossel das árvores em termos de turbulência atmosférica. A força do vento e a espessura do dossel determinam, entre outras coisas, a capacidade do ar se misturar e em que grau os gases da atmosfera podem atingir o solo da floresta, e vice-versa.
Em um novo estudo, os cientistas analisaram esses processos em dois locais da Amazônia, incluindo o ATTO. Eles descobriram que a camada de ar mais baixa, desde o chão da floresta até cerca da metade da altura das árvores, é principalmente dissociada do ar na parte superior do dossel e acima. Essa é uma descoberta importante, pois esse processo pode limitar a extensão em que os gases emitidos pelas plantas são transportados do dossel da floresta para a atmosfera acima.
Raoni Aquino e coautores agora publicaram suas descobertas em um novo estudo chamado “Air turbulence characteristics at multiple sites in and above the Amazon rainforest canopy” na revista Agricultural and Forest Meteorology, Volume 260-261.
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Polari Corrêa e seus co-autores analisaram a dinâmica atmosférica dentro e acima do dossel da floresta durante uma noite em particular na ATTO. Essas condições mudaram durante toda a noite. A turbulência foi seguida pela formação de uma onda de gravidade e de um jato de baixo nível. Foi provavelmente formada devido à brisa do rio Uatumã e ao terreno montanhoso. O estudo destaca a complexa dinâmica e os mecanismos na atmosfera acima de uma floresta densa.
Chamecki e seus co-autores analisaram se a suave topografia sob a floresta tropical amazônica afeta a turbulência atmosférica. Eles publicaram seus resultados em Open Access no Journal of the Atmospheric Science.
Tempestades convectivas costumam ocorrer nos trópicos e têm o potencial de perturbar a parte inferior da atmosfera. Elas podem até melhorar a saída de gases vestigiais do dossel da floresta para a atmosfera acima. Para entender melhor esses processos, Maurício Oliveira e coautores usaram a infraestrutura do ATTO para estudar os fluxos de tempestades durante a noite. Eles publicaram os resultados em um novo artigo na revista Atmospheric Chemistry and Physics do Open Access.