A cineasta brasileira Barbara Marcel embarcou em uma aventura para capturar diferentes intercâmbios na Floresta Amazônica. Você já pode ver o que ela descobriu em uma videoinstalação chamada “Ciné-Cipó – Cine Liana”. Faz parte da exposição virtual “Zonas Críticas – Observatórios da Política Terrestre” do ZKM (Zentrum für Kunst und Medien) Karlsruhe.
Ciné-cipó - Cine liana
Junto com as duas ativistas locais da Amazônia, Natalina do Carmo e Milena Raquel Tupinambá, Bárbara e sua equipe visitaram o ATTO no ano passado. O objetivo era aprender sobre o dia a dia dos cientistas que trabalham neste observatório na área remota da Amazônia. Além disso, também queriam entender a finalidade da torre e quais benefícios ela traz para as comunidades locais e os povos indígenas. A equipe descobriu um paralelo interessante. O foco de nossa pesquisa no ATTO é o intercâmbio entre a floresta, a atmosfera e o solo. Da mesma forma, sua visita também abordou trocas: entre os cientistas que estudam a floresta e as comunidades que chamam a floresta de lar. Movidos pela curiosidade e respeito mútuo, a equipe e os nativos superaram suas diferenças e falam a mesma língua.
Trailer "Ciné-cipó - Cine liana"
Os vídeos levam o público em uma emocionante jornada de descoberta. Por um lado, você pode ver Natalina e Milena contando aos cientistas internacionais sobre as propriedades de cura das árvores estudadas no ATTO. E por outro, você pode assistir ecologistas explicarem a elas como as comunidades indígenas inadvertidamente domesticaram a floresta por séculos. Venha ver ativistas escalarem a torre alta para fazer transmissões na rádio comunitária. Ao observar a floresta tropical, elas compartilham o que aprenderam na viagem mais única de suas vidas.
Zonas Críticas - Observatórios para a Políticas Terrestres
O projeto ” Ciné-Cipó – Cine Liana” é composto por seis vídeos que apresentam diferentes episódios da trajetória das ativistas. Dentro da exposição virtual, eles ficarão disponíveis online até o final de julho. Os vídeos foram encomendados pelo ZKM Karlsruhe, com financiamento adicional do Instituto Max Planck de Biogeoquímica e do Instituto Serrapilheira. Além disso, o projeto contou com o apoio do INPA-Instituto Nacional de Pesquisas do Amazonas e do Goethe-Institut São Paulo.
Muitos dos nossos cientistas do ATTO, bem como muitos colegas do INPA se envolveram – fique atento para procurá-los quando assistir!
A exposição “Zonas Críticas – Observatórios para Políticas Terrestres” tem curadoria de Bruno Latour, Peter Weibel, Martin Guinar e Bettina Korintenberg. Ela será aberta em um espaço físico no ZKM em Karlsruhe, na Alemanha, em 24 de julho. Posteriormente, ficará aberto ao público até fevereiro de 2021. Devido à pandemia do coronavírus, o ZKM teve que adiar a abertura original da exibição em maio e ela foi passada temporariamente para um espaço online.
Concebido como uma “exposição de ideias”, o projeto trabalha com artistas, pesquisadores e ativistas. Juntos, eles exploram o conceito de “zonas críticas”, usado em geoquímica, biologia e ecologia. Os cientistas usam o termo para descrever a fina camada da terra na qual os organismos vivos, o solo e a água se impactam mutuamente. A exposição está disponível em seu espaço virtual aqui: